Maçã
Foi um olhar, um sorriso
Foi uma palavra, um toque
um coração que ficou partido
foi escrever no teu livro
numa aula de francês, sem quê nem porquês
no cinema, um beijo repetido,
o rebentar da paixão
de um amor quase proibido
foram abraços, poemas e carinhos
foi "tudo o que eu te dou" cantado em unissono
num banco velho de jardim
um brilho nos teus lábios carmim
foi rever a história a meia luz
sentir o teu toque que seduz
quando iluminaste a minha vida
quando parecia já perdida
Foi ferir os joelhos no chão alcatifado
foi acordar e adormecer apaixonado
foi esperar que me ligasses
foi chorar com medo que me deixasses
Foi deixar-te,
Foi sofrer e morrer
Foi reencontrar-te com "todos os nomes",
Saber que continuavas lá
foi matar as nossas fomes
num rés do chão que não há já
foi amar-te e amar-te e amar-te
foi viajar até á lua e visitar as estrelas
foi escrever das melodias mais belas,
foi seres a minha canção, o single, o album
O meu quadro, a escultura e a opera
Foste tudo quando havia nada
E sobretudo foste a memória que nunca morrerá!